sexta-feira, julho 6

Liberdade

Estamos a assistir a um ataque violento de alguns sectores da sociedade portuguesa contra aquilo que consideram ser um ambiente de intolerância instalado pelo governo contra os portugueses em geral e os funcionários públicos em particular.
O Partido do Dr. Mendes tem dado o mote (embora me pareça que o primeiro impulso vem para os lados de Belém), ora opinando sobre os processos disciplinares a funcionários públicos nomeados politicamente por governos onde o Dr. Mendes esteve sentado, ora dando a entender que anda no ar perseguições a tudo quanto não seja do partido de Sócrates.
O professor Charrua tem sido elevado à categoria de mártir, bem assim como aquela senhora do centro de saúde de Vieira do Minho. Todos mártires pela Liberdade.
Até o Dr. Pacheco Pereira retomou a tese da luta de classes para se insurgir contra o Ministro da Agricultura e Pescas, quando este em Matosinhos disse aos pescadores que o melhor era pedirem a nossa saída da UE (isto a propósito das quotas de pescas).
Tudo somado estamos então a caminho de uma deriva autoritária por parte do governo. Será assim?
Voltamos ao mesmo de sempre, face a ineficácia do modelo de oposição, o melhor é arranjar qualquer coisa de grandioso, sendo que neste caso o grandioso desígnio da oposição é lutar pela Liberdade que está ameaçada.
Tem o partido do Dr. Mendes algo a dizer sobre as milhares de nomeações que fez enquanto foi governo?
Entende o PSD que devemos ter um modelo de recrutamento para a Administração Pública diferente do que tem vigorado até agora?
O partido do Dr. Mendes entende que o local de trabalho de qualquer funcionário público deve ser utilizado como alavanca contra as directrizes e as decisões da hierarquia, ou antes pelo contrário, deve servir para as implementar independentemente de concordar ou não com elas?
Entende o PSD que a Administração Pública deve ser avaliada ou deve continuar a funcionar sem o mínimo de avaliação?
Está o PSD preparado para enfrentar uma máquina do Estado que tem que ser mais eficiente e aumentar a sua produtividade, ou acha que tudo o que se faz nesta área corresponde a retirar direitos adquiridos, sejam eles quais forem?
Estas são as perguntas e adivinho quais são as respostas, pelo menos naquilo que chama o politicamente correcto.
Vamos deixar-nos de posturas que não ajudam a encontrar um caminho certo para Portugal.

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