Existe uma crise no Centro-Direita em Portugal. Alguém tem dúvidas sobre a existência dessa crise?
Parece que ninguém. A direita que perdeu as eleições para o PS há dois anos quer regressar rapidamente ao poder, e este regresso rápido faz com que cometa erros, torna-a mais nervosa e incapaz de produzir uma alternativa consistente.
O que temos vindo a assistir não é a criação de uma alternativa de governo são apenas ruído de fundo em relação a alguns problemas marginais, que foram colocados como grandes problemas de governação, em que o caso Prof. Charrua é um bom exemplo.
O que temos vindo a assistir não é a criação de uma alternativa de governo são apenas ruído de fundo em relação a alguns problemas marginais, que foram colocados como grandes problemas de governação, em que o caso Prof. Charrua é um bom exemplo.
O PSD tem apresentado alguma alternativa à política económica e orçamental do governo? Tirando a questão da baixa dos impostos, como medida para aumentar a competitividade da economia portuguesa, questão esta rapidamente mandada para o caixote do lixo pela Dra. Manuela F. Leite, não vi mais nada.
No domínio da educação, têm ficado pelo acessório, como por exemplo criticas à DREN, aos erros dos exames, mas não vislumbro nenhuma alternativa ao modelo educativo, isto apesar da ministra ter um défice de popularidade evidente.
Nas questões sociais, mais parece o PCP e o BE do que um partido de poder, ou seja, manifesta-se contra o encerramento de centros de saúde e de urgências, com a mesma facilidade com que se manifesta contra qualquer alteração do modelo de sustentabilidade do SNS.
Nas questões sociais, mais parece o PCP e o BE do que um partido de poder, ou seja, manifesta-se contra o encerramento de centros de saúde e de urgências, com a mesma facilidade com que se manifesta contra qualquer alteração do modelo de sustentabilidade do SNS.
A construção de um modelo alternativo custa tempo e dá trabalho. O PSD não tem muito para divergir dos objectivos deste governo: redução da despesa pública; aplicação do pacto de crescimento e estabilidade; crescimento económico assente nas exportações; simplex da administração pública e na relação do Estado com os cidadãos; aumento das prestações sociais para combater a inexistente taxa de crescimento demográfico; criação de um modelo de flexisegurança que tenha em conta a realidade portuguesa; etc.
Como não tem muito para divergir, faz os possíveis para atrapalhar e criar dificuldades em zonas como a defesa da liberdade que considera ameaçada.
Ao CDS está a acontecer o previsto, e o previsto era um desastre neste regresso de Paulo Portas ao poder. O que o fez voltar ao poder? Que renovação na equipa dirigente foi implementada? Que causas novas foram abraçadas?
Nada vezes nada, ou seja, Paulo Portas retomou a sua actividade de dirigente máximo do CDS no ponto em que a tinha deixado quando saiu.
Segundo a imprensa, andou a ler os programas e as novas causas da direita europeia, mas pelos vistos aprendeu pouco, ou as causas ainda não apareceram.
O resultado de Lisboa, com o consequente fraccionamento do núcleo duro do centrismo está para durar e a oposição interna está apenas à espera de ainda melhores dias para aparecer e cobrar.
Não me parece que as directas no PSD venham a resolver o problema da liderança, Marques Mendes vai acabar por ganhar, vai estar a cozer em lume brando até às eleições de 2009 e depois será chutado para fora.
As várias sensibilidades existentes no PSD (barrosistas; cavaquistas; santanistas; e outras) vão estar a espera de melhores dias para avançarem, sendo que este ainda não é o seu tempo.
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