Eleições

Ontem, depois de exercer o meu dever cívico, mantive-me ocupado o resto do tempo, pelo que me foi impossível fazer qualquer comentário ao acto eleitoral.

Algumas ideias da noite de ontem:

1. A abstenção foi um um descalabro, mais de 62% dos lisboetas não foram votar, pelos motivos mais diversos, sendo que as férias e o bom tempo não explicam tudo;
2. Houve pelo menos dois derrotados: Paulo Portas que jogou tudo na eleição de Telmo Correia e no celebre cartão vermelho ao governo e que tudo perdeu; Marques Mendes que ficou em terceiro lugar e que acaba com a necessidade de antecipar as directas com a incerteza se as vai ganhar;
3. Meia vitória para António Costa, porque se espera mais da sua votação (pelo menos 7 vereadores), embora possa afirmar que ganhou nas 53 freguesias de Lisboa. O certo é que 6 vereadores são poucos (7 não seria muito bom, mas daria outro alento), o executivo está muito pulverizado e a necessidade de alianças ditará a forma como vai governar Lisboa;
4. Vitória clara de Carmona Rodrigues que elege três vereadores, fica à frente de Fernando Negrão e dá cabo da liderança de Marques Mendes;
5. Vitória de Helena Roseta, que elege dois vereadores, mas é de esperar o pior do discurso demagógico anti-partidos, e das suas condições para a governabilidade da Câmara. Pede para ficar de fora, e a meu ver tem que ficar de fora. A CML passou a ter três polícias com o Zé;
6. Meia vitória da CDU que ficou à frente do Zé, sendo que este era um objectivo, e manteve o número de vereadores, não conseguiu o celebre cartão vermelho ao governo, e por isso apenas uma meia vitória;
7. O Zé perdeu, perdeu porque não ultrapassou a CDU, perdeu porque continua sozinho na vereação e perdeu o seu protagonismo de polícia que terá que dividir com a arquitecta.
8. Perdeu o aparelho do PS, quando mobiliza pessoas de fora da cidade para comemorar a vitória de António Costa. Falta de senso.

A vida vai continuar e a luta política também. António Costa vai, com toda a certeza, fazer o melhor por Lisboa, e depois irá até onde?