quarta-feira, novembro 12

De vez em quando estou de acordo…

Manuela Ferreira Leite pôs-se ao lado dos sindicatos e dos professores na luta contra a avaliação. Foi um erro. Porque ela sabe que a avaliação é um dos requisitos fundamentais para melhorar a Educação. É certo que a líder do PSD não condenou o acto de avaliar, sugerindo antes que ela deve ser feita a partir do exterior.
É um preciosismo que não justifica a demarcação do PSD face ao Governo. Porque a avaliação feita de fora vai suscitar ainda mais anticorpos nos sindicatos do que a avaliação feita de dentro; e porque os sindicatos só não se pronunciam contra as ideias de Ferreira Leite por opção táctica: para quê hostilizar, agora, a líder de um partido do "arco do poder" se ela está do seu lado na contestação ao Governo? Mário Nogueira e seus "compagnons de route" têm todo o tempo do mundo para fritar a líder do PSD quando chegar a sua hora. Tal como já aconteceu quando foi ministra da Educação.
Mas há outra razão para Manuela não ter feito o que fez: os sindicatos (e boa parte dos professores) não são contra este modelo de avaliação. São contra a avaliação. Esta ou outra qualquer. É claro que Ferreira Leite sabe disso. Mas o desgaste das sondagens e das críticas internas deve estar a causar os primeiros estragos. É pena. A Educação merece que PSD e PS se ponham de acordo. Caso contrário nunca conseguirão partir a espinha aos sindicatos… e aos maus professores.

Este artigo de Camilo Lourenço foi retirado do Jornal de Negócios.

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