terça-feira, janeiro 15

Alcochete (6)

Prós e Contras. RTP1. Mais um debate sobre o novo aeroporto de Lisboa. Participantes em palco: Mário Lino; o presidente do LNEC; Zita Seabra e Henrique Neto.
Uns contra Alcochete, outros a favor. Principal preocupação de alguns: especulação imobiliária em torno do novo aeroporto, isto porque não havendo pessoas elas são necessárias para que aquele funcione. E assim sendo, elas vão querer morar o mais perto possível do seu local de trabalho.
Zita Seabra tentou fazer o contra-ponto político com Mário Lino. Devem conhecer-se mais ou menos bem, do tempo em que militaram no PCP. Em termos de argumentação política Zita Seabra foi muito fraca. Apelou à sociedade civil para os tempos que aí vêm, e disse que foi esta que travou a construção do aeroporto na Ota. Em tudo o resto, ficamos com um conjunto de banalidades. Já nos acostumamos a isto. Para alguém que se julgava com estatuto para substituir Álvaro Cunhal, muito fraquinha, muito fraquinha.
Mário Lino tentou justificar a nova localização, baseando-se no estudo do LNEC. Que mais poderia fazer? Depois de ter pedido mais um estudo ia deitar o mesmo para o caixote do lixo?
O presidente do LNEC defendeu o estudo e a equipa que o elaborou. Os engenheiros não são quimicamente puros (como tentou afirmar), logo não se pode afirmar que se parte para um estudo sem convicções. Sem pôr em causa o trabalho desenvolvido, parece que pessoas quimicamente puras, não sujeitas a pressões e sem convicções pessoais não existem. Em nenhuma profissão.
Henrique Neto colocou algumas questões que considero relevantes. Especulação imobiliária, interesses dos grandes grupos económicos, os donos das terras, o investimento que está a ser feito ao abrigo dos Projectos de Interesse Nacional (PIN). Em quase tudo, Henrique Neto tem razão.
Na assistência os mesmos de sempre. Sempre prontos a estudar qualquer solução, desde de que as suas empresas de consultadoria e estudos facturem. Podem defender uma coisa qualquer e o seu oposto, desde de que ganhem algo com isso. Estão sempre prontos a dar o seu contributo, desde de que renumerado.
Também do lado dos autarcas do Oeste existem interesses. Mal seria se os não houvesse, mas como afirmou Henrique Neto não têm peso político e económico para suportar os seus interesses. Isto pareceu uma evidência ao longo de todo este processo.

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