segunda-feira, julho 21

Assim vamos...

O PPD/PSD continua sem ser alternativa. As lutas internas consomem grande parte do tempo dos seus dirigentes. Ontem com Menezes, hoje com Ferreira Leite. Esta tem beneficiado do apoio, sempre presente e nunca negado, de Belém. Em tantos anos de democracia nunca se viu um presidente, que sublinhe ou se deixe sublinhar pela direcção do principal partido da oposição.
Vamos por partes. Menezes na última sexta-feira produziu um artigo de grande profundidade sobre o PPD/PSD. Já se espera, que ele não resistisse até Outubro de 2009 para abrir a boca.
Hoje é claro que a substituição de Ângelo Correia por António Capucho não deu mais credibilidade à liderança do Conselho Nacional, que a substituição de Amorim Pereira por Morais Sarmento não trouxe nada de novo. Finalmente é óbvio que a substituição de Santana Lopes por Paulo Rangel diminuiu substancialmente a capacidade de afirmação parlamentar.
Será que ele tem razão? Será que os actuais dirigentes do PPD/PSD perdem em comparação com a direcção de Menezes? Será que a actual direcção, eleita com base na credibilização está a conseguir levar a água ao moinho?
Estas perguntas têm resposta, e as respostas não são favoráveis a MFL.
O clima de caça às bruxas instalou-se no Grupo Parlamentar. Mais um conjunto de mexidas, em que o critério da competência está afastado. Foi assim com Menezes e Santana, e está a ser assim com MFL e Paulo Rangel. Também aqui não há novidades.
Já aqui o escrevi, e volto a escrever. O silêncio de MFL é benéfico para ela. Quanto menos fala, menos se compromete, mas será que o país não tem o direito de saber o que ela pensa? Pelos vistos isto não é importante.
Em aparições fugazes sempre ficámos a saber algo:
1. Que entende que o desenlace final do casamento é a procriação;
2. Que as questões sociais em Portugal são graves;
3. Que está disposta a desmantelar o Estado Social;
4. Que Sócrates é bom a governar em período de crescimento económico (esquece-se a herança orçamental que deixou a este governo);
5. Que o BP lançou uma cortina de fumo, sobre a redução do crescimento para 2008 e 2009, lançando a questão do nuclear;
6. Que o governo está a baixar os braços, deixando-se levar pela crise (aqui apoiada por Belém);
7. Que não há dinheiro para grandes obras públicas;
8. Que não é contra as obras públicas em geral e nenhuma em particular;
9. Basta uma folha A4 com os dados sobre as grandes obras públicas;
10. O novo aeroporto não está em causa;
11. O PPD/PSD não está obrigado a ter alternativas às políticas do governo, deve apenas fiscalizar.
As elites fazem falta a qualquer partido. Sem elas dificilmente poderemos ter politica e politicas alternativas. Mas as elites têm que estar comprometidas. O que não parece o caso. MFL está a preparar o terreno para alguém. Rui Rio pode ser um. Mas há mais. Percebe-se que está mal no seu papel e que não se sente confortável.
E que dizer de Belém?
Cavaco está a assumir o liderança do PPD/PSD em regime de part-time, abrindo caminho para as intervenções de MFL, ou a pegar em temas que o PPD/PSD lança. Os amigos são para as ocasiões, mas tudo isto leva-me a pensar se a Presidência será o local indicado para cimentar este tipo de amizades.
O PS não pode, nem deve, ficar refém de Belém, sob pena de ser confrontado com uma oposição liderada por Cavaco com o apoio de MFL.

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