segunda-feira, fevereiro 18

Cheias

Os cidadãos estão fartos de acordar com carros a boiar, com água dentro das suas casas, e de ouvir que em cada cheia morrem pessoas.
Isto é inaceitável, enquanto discutimos TGV, novas travessias do Tejo, novo aeroporto de Lisboa, morrem pessoas em cada cheia.
Os problemas não são de agora, são dos anos das grandes urbanizações à volta e dentro de Lisboa. Deixou-se construir em todo o lado, nos leitos dos pequenos cursos de água, nas encostas. Não havia um único local onde fosse proibido. Tudo era aprovado em nome do progresso e do crescimento económico.
Este crescimento deu no que deu. Cidades sem planeamento, sem qualidade de vida, sem infra-estruturas, sem saneamento básico compatível com o número de habitantes, etc., etc.
Só uma implosão poderia resolver os problemas criados ao longo dos anos pelo poder central e pelo poder local. Tudo se resumiu a fazer crescer o país, construindo mais habitação, mesmo em zonas de cheias, porque o que interessava e ainda interessa, é mais população, são mais impostos e consequentemente mais receitas para as Autarquias Locais. Nenhum partido está isento de responsabilidades, por isso sempre que tempo não ajuda, vamos tendo as nossas cheias com um rasto de morte associado. Será que vamos aguentar mais isto?

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