As birras de Menezes

Embora Santana se tenha ontem afirmado "em total sintonia com o presidente do partido" em todas estas matérias [Lei Eleitoral Autárquica, Mapa Judiciário e Lei Eleitoral para a AR], certo é que a ruptura destes acordos de incidência parlamentar acabam por pôr em causa todas as negociações que o líder da bancada teve com o PS. Internamente, poucos têm dúvidas que Menezes também atinge, com estas tomadas de posição, a palavra de Santana, fragilizando uma das "cabeças" da liderança bicéfala.

Não sendo um grande admirador (mas não por causa dos Presidentes de Junta não votarem o Orçamento) da Lei Autárquica negociada entre o PS e o PSD, penso que com algumas melhorias estaria uma Lei equilibrada. O Dr. Menezes não quer criar problemas com os autarcas do seu partido, pois isto não lhe interessa.

Com o Mapa Judiciário passa-se o mesmo, os autarcas protestam e o Dr. Menezes recua. Neste caso o mais grave é que esta era uma das reformas que o PR tanto tem vindo a reclamar.

Quanto à Lei Eleitoral para a AR, ainda não tínhamos notícias sobre o andamento das conversações entre o PS e o PPD/PSD, mas também esta era e é uma reforma essencial.

Como conclusão, o Dr. Menezes recua perante o coro de protestos (o que não é uma virtude), deixando adivinhar se estivesse no poder, governaria ao ritmo dos protestos e das sondagens (o que é um defeito), ao mesmo tempo que dá um tiro na asa do seu principal negociador: Santana Lopes.

O Dr. Menezes está mais interessado em pactos/acordos para as Obras Públicas entre o PS, o PPD/PSD e as grandes empresas de construção. Isto é que era em grande.

O que ganha o país com as birras de Menezes?