1. O mundo está mais radicalizado, mas Mário Soares não acredita num "choque de civilizações".
O diálogo é o caminho, mesmo que tenha que ser feito com quem não gostamos.
2. A UE está sem estratégia em matéria interna e de política externa, precisamos de mais Europa dos cidadãos e menos Europa dos Mercados. O tratado europeu só deve ser referendado se houver perca de soberania.
A falta de estratégia é clara, a Europa cada vez mais alargada, não tem conseguido colocar a Europa dos cidadãos ao lado da Europa dos mercados, e na política externa tem vacilado em questões importantes como o Iraque ou nas relações com a Rússia.
3. Hugo Chávez foi eleito democraticamente pelos venezuelanos e não deve ser ostracizado.
A tese de Soares é que colocar Chávez no limbo o empurra directamente para os braços de Fidel, mas a tese de que foi o povo que o elegeu não faz dele um democrata. Digo eu.
4. A consolidação das finanças públicas está a criar problemas aos mais pobres.
A consolidação orçamental está ainda a criar dificuldades a todos. Para os mais pobres as dificuldades são a dobrar, mas como manter o Estado Social sem consolidar as finanças públicas?
5. Autoritarismo do governo não, arrogância sim.
Soares reconhece que não é tanto o autoritarismo do governo, mas sim a arrogância que pode minar o executivo de José Sócrates. Eu assino por baixo.
6. É imperioso ouvir as pessoas e mudar algumas políticas.
Ouvir as pessoas sempre, mudar algumas políticas parece evidente, mas acima de tudo o governo tem que evitar cometer erros básicos. Se os evitar, não precisa de alterar grande coisa. Os erros cometidos têm algo a ver com alguma arrogância de que Soares fala.
7. É possível aliar a manutenção do Estado Social e a competitividade.
Tem que ser possível senão a Europa vai enfrentar um grave problema.
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