terça-feira, junho 3

Hoje é dia para as "várias esquerdas"

Chegamos finalmente ao dia das "várias esquerdas": a do BE, a da Renovação Comunista, os vários desiludidos da esquerda festiva e ainda alguns militantes do PS. Vamos então por partes.
O BE no seu sitio na net apela a participação, o camarada Anacleto afirma que estamos perante a "... «maior mudança dos últimos anos na esquerda portuguesa" . O camarada Anacleto, antigo e moderno trotskista, deve dar pulos de contente, conseguiu transformar um pequeno partido, sem implantação, num partido urbano, é certo, mas com uma percentagem eleitoral elevada, embora não saiba o que fazer com ela, a não ser continuar a ser do contra.
A Renovação é o que sabemos. Alguém que julga que o comunismo não é o que sempre foi: um espaço de restrições da Liberdade e da negação da democracia. Representam-se a si próprios.
A "esquerda festiva" encontrou aqui um espaço que lhes estava a faltar há algum tempo, e logo que o espaço apareceu eles disseram presente. São os saudosos de outro tempo, da democracia directa em vez da democracia representativa que suportam mas nunca aceitaram.
Para os militantes do PS, o caso muda de figura. Estes têm responsabilidades para com o seu partido. Se não gostei de ouvir (quase nunca o gosto de ouvir) Vitalino Canas falar sobre a presença de Manuel Alegre no comício de hoje, também não gostei de ouvir Alegre referir-se ao seu passado de lutador pela liberdade, como que a justificar que a pessoas com o seu passado, tudo deve ser permitido.
A esquerda não precisa deste comício e acima de tudo não precisa desta confusão de interesses, em que se mistura combate ao governo, sem nenhuma alternativa concreta na luta pela desigualdades, com interesses particulares do BE que quer crescer eleitoralmente mas que não acrescenta nenhum programa em termos governativos.

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