segunda-feira, maio 5

Tratamento de igualdade ou perseguição?

Desde a fiscalização das creches e obras paroquiais por parte da ASAE e da Segurança Social, passando pela questão dos capelães militares e da nova lei do divórcio, indo até ao estrangulamento dos colégios pelo Ministério da Educação, vale tudo. E neste vale tudo, tudo é considerado uma afronta à fé cristã, e por conseguinte à igreja católica.
Imaginemos o que seria se o PS tem votado contra o voto de pesar pela morte do cónego Melo, o que deveria ter feito, embora se tenha mantido prudentemente do lado da abstenção.
Este artigo de JCN coloca-me algumas perguntas:
1. As creches e outras obras paroquias não devem ser objecto de fiscalização por parte do Estado? Estão elas à margem da lei? Não recebem elas subsídios do Estado?Não estão, nem podem estar sob pena de haver discriminação entre a igreja e as outras entidades privadas que operam nos mesmos sectores de actividade.
2. A igreja católica é a única confissão religiosa existente no país? É justo que outras confissões fiquem afastadas de prestar auxilio religioso aos seus fieis?Não é justo e quebra um principio de igualdade de direitos, coisa que não me parece que a igreja católica queira, ou quer?
3. A nova lei do divórcio colide com a fé?Não, e não porque ninguém pode ser obrigado para toda a vida, a viver um casamento sem amor. Isto não é casamento é tortura.
A degradação da família tem causas sociais e económicas profundas, entre as quais se insere uma preocupante falta de tempo para o casal e para os filhos e uma crise económica que não facilita o diálogo dentro da e com a família.
Não há perseguição à igreja, o que existe é um tratamento de igualdade, que em alguns casos está a pôr alguns membros da igreja nervosos com o fim do tratamento de excepção que gozavam anteriormente. Nada mais, nada menos.

Sem comentários: