segunda-feira, maio 7

CM Lisboa

Já muito se escreveu sobre a CML, e muito mais se vai escrever sobre este assunto. Para começar, logo no dia das eleições, se percebeu que a equipa de Carmona Rodrigues era muito fraca, o que se veio a confirmar ao longo dos meses seguintes.
Depois, surgiu a embrulhada do caso Bragaparques, onde foram, até ver, constituídos arguidos dois vereadores e o próprio presidente Carmona Rodrigues.
Por fim, os vereadores da oposição que durante algum tempo, tiveram medo de pedir eleições antecipadas, a meu ver por mero tactismo e também com medo da herança deixada pela gestão da actual equipa dirigente da CM Lisboa.
O que está a acontecer a Lisboa é um novo terramoto, desta vez politico e com consequências evidentes.
O Dr. Marques Mendes envolveu-se directamente na constituição da lista para a autarquia de Lisboa (com os resultados conhecidos), depois diz que tem tudo acordado com o actual presidente no sentido de este renunciar ao cargo, e por fim este desmente-o e diz que vai continuar em funções, pelo menos até ter condições para tal (que obviamente não tem).O primeiro derrotado foi o Dr. Marques Mendes. Bem pode vir reclamar que está a travar uma luta em nome da transparência que não convence ninguém.
Não está aqui em causa o princípio jurídico da presunção da inocência, porque um qualquer arguido é inocente até prova em contrário, mas o que está em causa é a capacidade política para fazer de Lisboa uma cidade europeia, com qualidade de vida, onde existam pessoas e que tenha uma estratégia de futuro. Se um autarca se sente limitado no exercício do cargo por ser arguido e suspende o mandato, eu aplaudo, mas se o não fizer não vem mal ao mundo.
O PSD reclama que não é necessário fazer eleições para a Assembleia Municipal (está no seu direito e é o que a Lei proclama) mas de um ponto de vista político parece pouco defensável que se mantenha em funcionamento um órgão que pode ser um obstáculo à nova equipa que venha a ser eleita para a CMLisboa.
Já é tempo de colocar Lisboa no mapa, mas por boas razões.

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