O povo francês foi a votos e Sarkozy ganhou. O problema da democracia é este: nem sempre ganha quem nós desejamos, mas ganha sempre o candidato em quem o povo vota. Foi o caso e, não há caminho para trás, pelo menos nos próximos tempos.
A única volta que os franceses (que não votaram Sarkozy) têm a dar é continuar o combate político, já nas próximas eleições legislativas e nas próximas presidenciais. É este o caminho que qualquer democrata deve percorrer.
Pensam de forma diversa os jovens franceses que têm feito do combate político um combate violento. O número de viaturas incendiadas desde Domingo passado já vai nas 1000.
O modelo social europeu é muitas vezes colocado em causa, apresentando-se como exemplo o que se está a passar em França. Não é modelo social europeu que deve ser colocado em causa, mas sim a sua aplicação no terreno. Não existe uma falência do modelo, ele pode ser retocado mas no essencial mantém a sua actualidade.
Vale a pena pena escrever sobre os problemas criados pela integração não conseguida dos vários emigrantes existentes em França, vale a pena falar na falta de emprego, nos bairros degradados e autênticos barris de pólvora existentes nos subúrbios de Paris e das grande metrópoles de França, tendo em conta que esta situação se tem vindo a agravar nos últimos tempos. Mas uma coisa é atacar as causas dos problemas, gerando mais emprego, criando mais riqueza, investindo nos serviços públicos, outra diferente é partir para a violência como resultado da vitória eleitoral de Sarkozy.
Não pode haver ninguém que diga que o que se está a passar é o resultado da vitória de Sarkozy, pois o que se está a passar é mais profundo e exige medidas de combate de forma a repor a ordem pública e avançar com um conjunto de reformas que permita acabar com toda esta violência.
Não sei se o presidente eleito tem capacidade para tal, mas se não tiver será o povo em eleições que decidirá se quer seguir outro caminho.
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