domingo, fevereiro 8

A convenção do BE

A única preocupação do Bloco é retirar a maioria absoluta ao PS. Não se sabe para quê, pois o Bloco não é fiável em nenhum projecto que envolva poder. O poder não faz parte do seu código genético. O caso de Lisboa é um bom exemplo, exemplo este aliás, comentado na convenção nacional.
Joana Amaral Dias (que não é trotskista) foi afastada da direcção política, mas isto pode ser apenas o começo de uma grande convergência à esquerda, eu é que não estou a perceber.
Também durante a convenção se percebeu que a convergência à esquerda tem que ter um caderno de encargos bem definido, pelo menos é a opinião de alguns congressistas: "Isso não se discute aqui? Então passamos um cheque em branco à comissão política? E para as presidenciais? Qual é esse candidato, será Manuel Alegre? E não se discute as condições em que se apoia Manuel Alegre? Para qual dos dois, o Manuel Alegre o PS ou o que rompe com o PS?", questionou (Gil Garcia).
Uma questão central é o que fazer com o PCP. Alguns bloquistas querem inclui-lo na convergência de esquerda, outros preferem mantê-lo de fora. Percebemos a hesitação entre quem quer convergir e quem quer disputar os eleitores no mesmo espaço. É uma decisão difícil.

Quanto às propostas politicas para a crise, quais são as soluções para o país:


. Proibição de todos os despedimentos em empresas com resultados positivos
. Tudo o que é bem comum deve ser público: Energia, Saúde, Educação.

Não consegui encontrar mais nada de relevante, mas bastam estes dois. A proibição de despedimentos em empresas com lucros, implica que se neste ano e no próximo onde se advinham dificuldades para as empresas estas deixassem de ser lucrativas o Estado deveria suportar os prejuízos?
A Saúde e a Educação já há muito deixaram de ser um exclusivo do Estado. O que o Estado deve garantir é o acesso a todos ao ensino e à educação. Isto não é o mesmo que ter a exclusividade destes serviços.
Quanto à energia o mercado está cada vez mais liberalizado, sendo este um processo normal neste mercado.
O anúncio do fim do capitalismo esteve por um fio, mas não foi feito, pelo menos de uma forma explícita. Mas este não morreu, está apenas agonizante, mas de qualquer forma eu prefiro o capitalismo às formas de governo que conduzem ao fim da concorrência, da liberdade e até da democracia.
O apoio ao governo de Chávez (ou pelo menos a sua não rejeição) e a outros governos da América Latina é preocupante para quem se diz defensor da Liberdade.

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