sábado, janeiro 17

Aterramos

O país acabou de aterrar, foi uma aterragem que apesar de prevista, não deixou de provocar pânico e acima de tudo vai transformar a vida dos sobreviventes num inferno nos próximos meses, senão mesmo anos. O stress pós traumático vai ser imenso.
Alguns passageiros, os mesmos de sempre, já vieram dizer que já andam desde 2005 a afirmar que a aterragem se ia dar, claro que se esquecem de dizer que as causas desta aterragem não tem nada a ver com as causas que tanto reclamavam.
A aterragem do país vai implicar um orçamento suplementar [já um dos passageiros afirmou que nunca em democracia um orçamento durou tão pouco, esqueceu-se de dizer que uma crise como a actual também não a víamos há muito tempo]. Este orçamento de aterragem forçada tem o seguinte impacto:

· Contracção do PIB em -0,8%
· Taxa de Desemprego 8,5%
· Défice Público 3,9%
· Inflação 1,2%
· Dívida Pública 70% do PIB

As medidas anti-cíclicas que o governo está a implementar são responsáveis em grande parte pelo agravamento do défice. O problema neste momento é saber como é que vamos colocar o avião no ar depois desta aterragem. Para já temos alguns avisos a que devemos dar ouvidos: A dificuldade é regressar ao ponto de partida, daí os alertas de vários responsáveis como Vítor Constâncio ou o comissário europeu, Joaquin Almunia, terem defendido medidas anti-crise transitórias e não aumentos de despesa ou cortes fiscais que sejam depois difíceis de alterar.

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