sexta-feira, outubro 31

Vinte e seis euros

A questão do aumento do salário mínimo deveria encher de vergonha quem questiona o aumento de 26 euros em 2009.
Quatrocentos e cinquenta euros são miseráveis, mas para alguns é o suficiente para colocarem em causa um acordo atingido na concertação social, para outros ameaçarem com a não renovação dos contratos a termo efectuados com trabalhadores, e sabe-se lá, o que mais vamos ter que ouvir.
Não é possível dar credibilidade a um senhor que diz representar as PME´s, porque o que ele disse é grave. Primeiro porque ameaça não renovar os contratos com os trabalhadores, sinal de que não precisa deles, o que assim sendo não lhe dá muito crédito como gestor. Segundo a ameaça em si mesmo é uma forma intolerável de pressão.
Mas será que MFL tem mais credibilidade que o Sr. das PME´s? Não me parece, o sentido do que afirmou não é muito diferente do que o outro Sr. disse, apenas utilizou uma formulação diferente: mais vinte e seis euros de aumento, logo mais desemprego.
A preocupação com os mais desfavorecidos que era o discurso inicial de MFL desapareceu com a crise, o controle do défice que foi transformado em obsessão quando foi ministra das finanças de Durão esfumou-se, a fúria do investimento público, com que concordava, durante o governo do seu amigo Cavaco como primeiro-ministro já não existe.
O que resta de MFL? Muito pouco, ou quase nada. Incapaz de definir uma estratégia política de futuro, incapaz de gerar esperança nos apoiantes, com algumas excepções como Pacheco Pereira, e sem um rumo para o país o destino de MFL começa a ser traçado. O futuro não irá contar com ela.

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