sábado, março 8

A manifestação dos professores

Hoje a Fenprof desce a Lisboa e vem manifestar-se contra a reforma, ou as várias reformas que o Ministério da Educação quer levar para a frente. Vai ser um momento único do imobilismo nacional. Estes professores não querem nenhuma reforma, querem apenas que os deixem em paz, que possam ir para casa no fim de cada aula (alguma delas mal dadas) e que não os obriguem a trabalhar.
Nunca vi em tantos anos de democracia, uma incapacidade tão grande do movimento sindical de lidar com a mudança, com argumentos pobres, muito pobres, ou como diz o Gato Fedorento: Fraquinho!...Fraquinho!
Vejamos, estiveram contra o Estatuto da Carreira Docente, contra o prolongamento no 1º ciclo, contra as aulas de substituição, contra o novo diploma de gestão das escolas que consagra a participação das autarquias e dos encarregados de educação, contra a avaliação de desempenho, contra o facto de os concursos valeram por três anos evitando-se uma política de rotação dos professores que penalizava fortemente os alunos, etc., etc.
Este imobilismo próprio de quem sente que trabalha para o Estado, e que trabalhando para o Estado não tem que prestar contas a ninguém e muito menos ao Estado, é próprio de quem não tem a mínima ideia de serviço público e de escola pública.
Hoje, mais do que nunca desejo fortemente que o espírito reformador ganhe sobre quem quer que tudo fique na mesma. Hoje mais do que tudo lembro-me dos meus filhos e dos filhos de todos que querem ser afastados do centro do processo educativo, para que outros possam ocupar o seu lugar. Não são os professores que são o centro da educação, são os alunos e por estes vale a pena continuar a reformar.

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