segunda-feira, outubro 22

A entrevista do Sr. Procurador

Reconheço que tenho alguma dificuldade em lidar com as questões da justiça. Apenas lamento que a justiça contribua para o atraso económico do nosso país. O que não é pouco. Processos que nunca mais chegam ao fim, julgamentos que se prolongam uma eternidade, segredo de justiça que não existe (a não ser na lei), recursos que demoram tempos infindáveis, escutas telefónicas como quase o único meio de prova. Em conclusão: direitos dos cidadãos e das empresas completamente ignorados. Este é o estado da justiça, pelo menos da forma como eu a vejo. Admito que possa estar errado, mas de cada vez que alguém fala, com responsabilidades na área fico com a sensação que tenho razão.
O último a falar foi o Sr. PGR em entrevista ao semanário do Sr. Arquitecto.
Pensava eu, que só os juízes no âmbito dos processos podiam autorizar escutas telefónicas, mas da forma como o Sr. Procurador falou dá a sensação que todo o país está a ser escutado. A pergunta mais óbvia é por quem? Os cidadãos estão à espera de uma resposta rápida.
Para além das escutas, temos também a questão dos condes, das condessas e de outros títulos monárquicos que existem na PGR. O Sr. Procurador tem dois caminhos: ou se demite ou então demite os nobres que encontrar pelo caminho, agora o que não pode é dizer o que disse e manter-se no exercício do seu cargo como se nada houvesse.
Claro que em Portugal rende sempre mais quando somos demitidos, porque podemos fazer o papel de vítima, ao contrário se nos demitirmos vamos ser acusados de falta de coragem.
Agora digam lá, que eu enquanto cidadão não devo estar preocupado com o estado da justiça em Portugal?

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