sábado, abril 12

Obras Públicas

O país está a ficar cheio de obras públicas para os próximos anos: Novo Aeroporto de Lisboa, TGV que inclui a nova ponte Chelas-Barreiro, barragens, Itinerários Complementares e novas auto-estradas bem assim como a recuperação de algumas estradas nacionais (como por exemplo a 125 no Algarve).
De tudo aquilo que está previsto, o NAL é talvez o mais necessário e importante, bem assim como a travessia Chelas-Barreiro (sem TGV), tudo o resto incluindo o TGV parecem desnecessários.
Compreendemos todos, porque não somos estúpidos de todo, que as obras públicas provocam um efeito de crescimento económico mais difícil de atingir com outro tipo de actividades (no curto prazo). Mas a questão que se coloca a Portugal não é para hoje, é para daqui a alguns anos, e ai a estratégia não resulta. Precisamos de apostar em sectores exportadores, em sectores de capital intensivo que possa empregar mão de obra qualificada.
Não é de betão que Portugal necessita, numa estratégia de médio e longo prazo. Do que necessitamos é de qualificação da mão-de-obra, é do choque tecnológico que é uma boa ideia mas que não pode ficar por distribuição de computadores, de empresas com base tecnológica, de uma política de justiça que não afaste os investidores estrangeiros, de um Estado Social capaz de estar presente na criação de condições iguais para todos os portugueses, de mais Estado com menos Estado (menos despesa e mais controle orçamental).
Tenho medo do que ai vem. O betão nunca nos deixou mais ricos e melhores, apenas contribuiu para deixar o Estado mais pobre e os cidadãos mais endividados.

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