domingo, abril 20

O melhor de cada Domingo

Seja como for, a cena é esta. Se, como Menezes quer, a oposição interna se der ao luxo de várias candidaturas, ele - ou alguém que ele apoie, mesmo tendo já esclarecido amavelmente que "será sempre uma segunda escolha" - estará meio caminho andado para que o "já cheira a poder" destes seis meses se acentue e torne fétido. E, aqui, Passos Coelho corre o risco enorme (e esse, sim, surpreendente) de a dividir e tornar-se herdeiro. Mas duvido muito da ideia de fazer saltar os "verdadeiros mandantes" da contestação interna. A renitente Manuela Ferreira Leite colocaria ao partido e a um Cavaco ainda em primeiro mandato uma situação de melindre e embaraço permanentes. Marcelo optou demasiado recentemente por sacrificar o futuro do grupo parlamentar e levar Menezes ao martirológio das urnas. Tem mais sentido que apareça alguém ungido por eles. Alguém capaz do sacrifício de arriscar ganhar o partido, civilizá-lo durante um ano e tal e levá-lo às urnas com listas apresentáveis, que deixem para a próxima legislatura um grupo parlamentar de qualidade. Alguém como Aguiar-Branco, se possível com mais mundo do que Foz. Alguém com a plena consciência de que vai entrar na zona da emboscada - mesmo que póstuma - da Menezes. Em suma, alguém.
Pode ver aqui todo o artigo de Nuno Brederode Santos.

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